Heavy Machine Gun (Ronco VI)
Ò pá, lembras-te de quando o destino do mundo estava nas
nossas mãos,
Nos nossos dedos, e entretanto, fazíamos uma pausa para
arrancar um pouco
De musgo às fragas, lembras-te quão leve era a
responsabilidade,
E que fácil era fugir dos caixotes do lixo em chamas e dos
balões de água
Lançados pelas chaminés abaixo, não fossem os amigos
traidores,
Sempre os amigos traidores, os amigos traidores, os amigos
traidores,
Esses cabões, perdoámos todas as mulheres, todos os beijos
perdidos
Onde não estávamos, quase os filhos que não tivemos, nunca
os amigos
Traidores, que nos sujam os versos com explicações, aqui ele
estava
A falar duma vez em que foi com uma namorada para o rio da
terra
E não lhe tocou, nem um pentelho, e é uma afronta tão grande
a verdade,
Nem um pentelho, não como o da terra vizinha, que aproveitou
bem o Verão,
Verão, verão que foi muita frustração acumulada, depois nem
sei,
Houve demolição de castelos, degelos, guerras santas,
terrorismo biológico,
Overdoses de serotonina, não podes competir com um gajo
feliz,
Ò pá, nem sei, isto é uma explicação, uma confissão ou mais
um ronco.
18.02.2015
Turku
João Bosco da Silva
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