Mulher Duplicada
Hoje vi-te, estavas ao balcão a pedir uma cerveja, acompanhada
E eras tu, a forma como olhavas para ele era com me olhavas
a mim,
Não era eu, os braços paralelos aos corpo com as luvas ainda
calçadas,
Como quando tu esperavas, a bolsa do lado esquerdo,
usadíssima
Como tu, mas não gasta, não sei se sorrias, imagino que sim,
já que eras tu,
O cabelo de ferrugem, a pele de neve sempre com fome de
verão,
Eras toda tu, então entregaram-te a cerveja, voltaste-te,
olhaste para mim,
Através de mim e nos teus olhos não era eu, afinal tu,
também não eras tu
E a tua sósia lá se foi sentar com o teu nariz, levando a
cerveja toda séria,
Não suspeitando que o gajo de barba que olhou para ela como
se a conhecesse,
Escrevia um poema sobre quem ela não era.
Turku
16.03.2016
João Bosco da Silva
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