Iluminações
Quantas vezes olho pela janela com fome de relâmpago,
E espero a porta aberta numa tarde de fim de Verão,
A chuva quente caindo na terra sedenta, e um raio sobre
O poste de alta tensão encravado entre uma fraga e um freixo,
E não ter medo do fim do mundo que se apresenta tão puro
Quanto a violência dos dias cinzentos e quentes,
Um salto na escuridão de um rádio que se desliga
Nos ouvidos surdos de tanta luz desperdiçada,
Quantas vezes olho pela janela como quem pede um raio
Purificador, que parta do ar este peso dos dias vazios.
27.04.2016
Turku
João Bosco da Silva
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