Buracos Negros Em Agosto
Quando não se encontra um espaço comum onde se pisa,
Onde será que estava o sistema na galáxia, a galáxia no
universo,
Quando éramos amigos e despíamos as fragas do musgo
E as vizinhas da porca neolítica com a língua de rebuçado,
Tentamos encontrar um tempo comum que a memória
Consiga encontrar no tabuleiro de xadrez saltitante
A que se chama vida ou existência ou isto,
E num momento reorganiza-se a galáxia, o sistema, o planeta
Até ao banco de jardim em Agosto, com as miúdas da capital
Tão frescas na carne e quentes no corpo
Que as convidamos para um filme em tua casa
Que ficou perdido algures num buraco negro.
Budapeste
10.03.2017
João Bosco da Silva
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