Um dia conto-te a ruína que fui visitando outras ruínas,
Também servi de cozinha a turcos em tempo de guerra hormonal
E sosseguei éguas no templo decadente dos meus dentes
tortos,
Cada beijo de bala, perdida ou só para gastar juventude,
Plantar suspiros na lareira da velhice, partir tudo antes da
partida,
Ainda estão por disfarçar entre as rugas que os anos pintam
de orgulho
E ilusão de sabedoria, nem imaginas o que ocupou o que agora
silêncio
Em escuros e vazios quartos, mas um dia conto-te, quando
fores relva
Onde turistas bebem e fodem descansados sobre ossos
esquecidos
De impérios vencidos, houver Sol que não se vista
Com sabor a cobre e enxofre e o horizonte te seja limpo
Como um que nunca vi em Agosto no meu berço de silvas,
Entretanto afogo-te em promessas vazias que todos os sonhos
alimentam
E deixo que te engulam no futuro que também é dos que
nascem.
10.03.2017
Budapeste
João Bosco da Silva
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