Quanto tempo entre o primeiro beijo incendiado a dentes e
lábios cortados
E a última ejaculação no cu, quase por favor, só para
quebrar as regras do catecismo,
Quanto tempo até que o pão não chegue e o vinho nunca
suficiente para elevar
Muros invisíveis e estabelecer colónias longínquas em camas
cujas línguas se desconhecem,
Quanto tempo até que o mundo todo um quarto demasiado
pequeno e saturado,
Quanto tempo vai do amor eterno até ao nunca mais.
Montmartre
16.06.2017
João Bosco da Silva
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