O Perigo Das Varandas Nos Fins De Tarde De Verão
Já devias conhecer bem o perigo das varandas
Nos fins de tarde de Verão, aquelas saias arregaçadas
No teu colo, com o castelo duríssimo de pedra e séculos,
Aqueles luares de nádegas contra as tuas virilhas,
Enquanto em baixo alguém fuma baixinho um cigarro
Concentrado no roçar de patas das cigarras,
Mesmo assim deixas-te cair como as folhas no Outono,
Sempre, atiras-te verde, quando já maduro,
E vens-te sempre com a fome das pupilas,
Mesmo quando só te querem vender a íris,
Até a maresia enquanto as cuecas do urso secavam
Não te manteve longe da varanda e da ruiva com um pé no altar,
Foste todo areia abaixo, até não se encontrar mais humidade,
Iluminações depois dos orgasmos em que ficaste a perder,
Continuas a cair nos crepúsculos como nas auroras,
Bêbado de meia dúzia de metros e uns lábios rosados
Num vórtice azul que te aperte o prepúcio até à alma,
Já devias conhecer bem o perigo das varandas
Nos fins de tarde de Verão, nunca te poupes àquela brisa quente.
Turku
19.01.2018
João Bosco da Silva
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