Há Coisas Que Ficam
Parece que o mundo acaba quando alguém fecha a porta pela última vez,
O perfume pouco dura nos lençóis, os cabelos acabam por se varrer todos,
Os ecos duram uns soluços que logo se pintam de ridículos,
O ar parece nunca ter sido respirado o mesmo, o Sol regressa ingrato
À pele cujo sal se conheceu tão bem na língua cansada dos dias,
Parece ter sido tudo por nada, como na verdade tudo é,
Mas então repara-se, depois de mais uma descarga de autoclismo,
No cheiro fresco e verde do mesmo bloco sanitário, persistente,
E percebe-se que não há nada que seja em vão, há sempre coisas que ficam.
Turku
21.05.2018
João Bosco da Silva
os hiperbóreos nunca morrem verdadeiramente, a sua essência rodeia-nos
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