Verde À Beira Rio
Sentam-se à beira do rio, não sei se à espera que a noite chegue
Ou que o dia dure, ao lado de latas e garrafas preparadas para fazer companhia
Ou ajudar a tolerá-la, cada um com as chaves no bolso de uma casa vazia,
A louça suja à espera em castelo, alguém cansado numa incomodada paz,
Num sofá ou noutros braços, a fazer horas até que o cheiro de um,
Dê espaço ao do outro, as bicicletas passam levantando no ar
O aroma que dá cor ao tesão e cuequinhas húmidas,
Nos dedos manchados com tinta preta, os olhos descansam do mundo,
Descascam as dimensões que nos permitem, a prima afastada de Genghis Khan
Sorri do outro lado da rua e as folhas brilham verdes ao Sol nórdico,
Tudo iluminado e contudo, a caminho da noite e do esquecimento.
Turku
15.05.2018
João Bosco da Silva
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