Hora de Almoço No Bótnia
Tão familiar o tinir dos talheres, mesmo numa ilha do Bótnia,
Onde também o abandono não esqueceu e a gente foi ficando,
Erguendo museus vazios onde lares frios, nos jardins perdidos
Ideias de cerejeiras em flor, onde noutros tempos famílias
Sob suaves neves primaveris, a beleza da perdição está em
Poder salvar do esquecimento com um pouco de imaginação
E trazer todos os fins de verão na ponta dos dedos,
O desânimo mostra as mãos cortadas pelas escamas dos peixes,
Diz que curou a asma com dois gatos, um cão e solidão,
Tem a casa à venda, porque em lado nenhum se vive só de verão
Ou infância, especialmente em países de noites tão brancas como escuras,
Investem-se décadas, os melhores anos, na beleza de ruas sem saída,
Em todo lado se agarram à história quando o amanhã só cheira a esquecimento.
Kaskinen
04.08.2018
João Bosco da Silva
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