domingo, 2 de setembro de 2018

Necromancer na Galiza 

Quando olho para os pêlos ruivos do meu braço 
Queimado pelo Sol, lembro-me se valerão a pena 
Tantas ruínas, tantas salas fechadas no pó 
Da memória, com a mobília a apodrecer 
Como os ossos dos velhos esquecidos, 
Com a força única da caneca ao copo 
E os suspiros contra todas as canículas 
Em que esperam tudo o que secou, 
Valerão a pena, bairros inteiros, peitos vazios 
Do ar fresco e verde de um abraço antigo 
Como os dentes de leite, 
Nada é ruína quando há memoria. 

Celanova 
(Galiza) 

20.08.2018 

João Bosco da Silva 

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