Tédio Na Praia
“most of what we learn
in this crazy life is
what to
avoid.”
Charles Bukowski
Quantos paraísos se esqueceram de pagar a conta da luz na lentidão do prazer,
Não há prazer nenhum na eternidade e vendem-nos a vida como se fosse
Um meio para a dor de forma a alcançar o impossível,
Acende mais um cigarro na praia e espera que as gaivotas ignorem
O teu hálito alvarinho, és tão podre quanto te vendes,
Mas a culpa é de quem escolhe ignorar o cheiro da tua alma,
De certeza comprada em terceira mão numa maternidade da periferia,
A memória do comboio passa, os mexilhões secam ao Sol
E só a fome dura, até ao último pôr do sol, enquanto houver cuecas
Que se desviem para o risco da areia e revelem a verdade rosa,
O paraíso nem parece tão mau sem luz artificial,
O resto é como o arrependimento de um livro esquecido
Na mesa de cabeceira quando a toalha já estendida na praia.
Vila Praia de Âncora
17.08.2018
João Bosco da Silva
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