Porto Ainda
Tenho levado repetidas vezes amores à nossa cidade,
Todos acabaram por se perder, ao contrário do que de ti
Ainda uso em sonhos, lá fui feliz com elas, dias de Sol,
A cidade contigo aparece-me sempre cinzenta,
Mesmo assim preferia ter recebido das tuas mãos
O prazer que trocamos em crepúsculos dourados,
Estranhamente não encontro mais as nossas ruas,
Não sei mais se é a cidade que não é a mesma ou eu,
E tu apenas a recordação ridícula de um pedaço de caminho,
Fundo como o vento, devias estar com o que já passou,
Estranho-me quando penso que as espelhei no rio,
Uma a uma, ainda com os seus sabores na boca,
Como comparando-as com o que mais amei
Daquela cidade, a vontade do teu desejo triste.
17.12.2018
Turku
João Bosco da Silva
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