sábado, 23 de fevereiro de 2019

Advertências Tropicais 

Podia falar de Lisboa, mas apenas dois ou três amigos e umas noites raras, 
Que parecem ter sido um sonho estrangeiro, podia falar de como gosto 
De trazer comigo o António Lobo Antunes para a beira de doenças tropicais, 
Nórdicas queimadas do Sol com um fogo que de dentro se apaga, 
Mas hoje prefiro falar do perigo que é deixar russas à vista das aves de rapina, 
Corujas sorridentes, filhos do sul e de Janus, forjados a chico-espertismo 
E pasteis de nata, o amigo nórdico piscou um olho, quando os dois abertos, 
Um esvoaçar violento, um espasmo de rapto e a russa de papo cheio 
Sacode a areia dos joelhos enquanto o mar desenrola histórias futuras. 

Canggu 

10.02.2019 

João Bosco da Silva

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