Advertências Tropicais
Podia falar de Lisboa, mas apenas dois ou três amigos e umas noites raras,
Que parecem ter sido um sonho estrangeiro, podia falar de como gosto
De trazer comigo o António Lobo Antunes para a beira de doenças tropicais,
Nórdicas queimadas do Sol com um fogo que de dentro se apaga,
Mas hoje prefiro falar do perigo que é deixar russas à vista das aves de rapina,
Corujas sorridentes, filhos do sul e de Janus, forjados a chico-espertismo
E pasteis de nata, o amigo nórdico piscou um olho, quando os dois abertos,
Um esvoaçar violento, um espasmo de rapto e a russa de papo cheio
Sacode a areia dos joelhos enquanto o mar desenrola histórias futuras.
Canggu
10.02.2019
João Bosco da Silva
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