Nostradamus Nas Asas De Uma Mosca
Minto quando digo nada, quando me perguntam, em que pensas
E os olhos longe, numa mosca que move as asas na mesa,
Ou talvez não minta tanto, porque em vez de pensar, vejo,
Todos os fins por vir, os fogos que o monte espera,
O esquecimento que a distância tranca nos olhos da amizade,
Os amores que se apagam e se trocam porque o coração
Uma noite escura e os tomates um buraco negro,
Vejo o fim de todos os verões em pleno inverno,
Daí o silêncio, ouço os sinos dobrar por cada sorriso
Nos lábios que a terra cobrirá para sempre,
Às vezes vejo no dançar de uma sombra, ou nas janelas
De um comboio, nas mensagens secretas das texturas das paredes,
O futuro comum a tudo, em que pensas e na verdade,
Não minto quando respondo, em Nada.
Canggu
14.02.2019
João Bosco da Silva
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