Transpirações
Ninguém caminha neste paraíso demasiado encontrado,
Procuras a beleza entre uma avalanche de plástico
E tentas desculpar tudo como se fossem oferendas além memória,
Os cães adoptam qualquer um com a resignação silenciosa
De um amanhecer cinzento, tudo sobre duas rodas apressadas,
Como se não se tratasse de uma ilha, duas rodas a carrinha dos gelados,
Duas rodas a roulotte dos almoços à procura das bocas trabalhadoras,
Duas rodas todas as vidas perdidas, porque todos se perdem,
Tudo se perde, seja a ilha no Índico ou no Sistema Solar,
Quase se sente o toque da salvação, quando numa brisa rara e tímida,
O verde te saúda, até à vista, por cá ficarei quando regressares
Ao papel em branco, até à vista, que os próximos donos do mundo
Te tratem com mais gratidão.
Canggu
07.02.2019
João Bosco da Silva
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