Sobre uma alma cinzenta a chuva cai, prometendo verde e sonhos de arco-íris,
Mas os olhos fecham-se amargos, como todas as doces recordações
Que o tempo azedou em distância, ninguém será aquele preservativo estrangulado
Num nó sem pressa, ao lado das serpentinas e dos confetes do Carnaval passado,
A vida é um carrossel, diziam-me aqueles olhos verdes no primeiros Invernos,
Com a mesma inocência com que abria as pernas à vontade simples de mais um caralho dentro,
A chuva cai e tudo tão distante que as feridas abrem como o deambular insone
Numa noite de febre, o ar tropical incomoda a força melancólica dos dedos resignados,
A estas horas ninguém chora, a neve parece impossível e o poema é o ridículo tangível.
São Paulo
07.02.2020
João Bosco da Silva
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