Silêncio de Espelho Partido
a Leopoldo María
Panero,
Há quantos anos não te dedicas a caçar moscas-varejeiras com
vinagre,
Leite da ordenha sobre a tua caveira consolidada da
infância,
Miserável cuja sede uma pátria em delírio,
O teu desejo um anão comendo uma virgem,
Abençoada união com urina da morte, a vida um desastre de
sangue,
Nada, tudo nasce do soluço de um duende febril,
O pus de um desejo na imundice de uma fada,
O sémen de um verme nas flores de uma bruxa e no fim merda e
Nada.
Turku
07.01.2021
João Bosco da Silva
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