Vacinas e Dia do Pai
Não me lembro ao certo que vacina foi, era verão,
A tinta lascava das paredes do centro de saúde,
Deve ter sido uma das da hepatite B, era noventa e quatro ou
cinco,
Tinha ido sozinho, já era um homem grande,
Ao sair do centro o Sol começou a ficar demasiado branco,
A meu pai passa ao mesmo tempo com a carrinha L200,
O som daquele motor aconchega-me até nos sonhos,
Salto para o banco de trás, antes de tudo se apagar,
Naquele verão o meu pequeno braço pareceu
Uma fonte de pus e infeção, mas a vacina era segura,
Como tudo era seguro em mil novecentos e noventa,
Hoje acordei cedo, passado meia-hora estava a levar
A vacina contra o medo do mundo, regresso a casa,
Deito-me porque ainda tinha sono, acordo tarde,
Como sempre, calmamente preparo o pequeno-almoço,
É o dia do pai, por volta das quatro cancelam a mesma
vacina,
Até ver, ainda não precisei da L200 para ser salvo.
19.03.2021
Turku
João Bosco da Silva
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