quarta-feira, 12 de maio de 2021


 

Cagar no Monte

 

Já o primeiro café se aconchega nas tripas,

As flores das giestas querem fazer frente

Ao sol do meio-dia, o relógio da igreja diz

Que ainda falta uma hora e já a pele emprestou

O cheiro do rosmaninho e alecrim, no poço

As rãs cantam pelas futuras gerações,

Ignorando invernos e infernos, então,

Debaixo dos carrascos, sinto a urgência nos intestinos,

Baixo as calças e cago ali, entre aquelas fragas de granito,

Os cães ladram, o campanário da igreja,

Agora silencioso, prepara-se para o meio-dia.

 

Turku

 

12.05.2021

 

João Bosco da Silva

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