Em Vez Disso
Em vez disso, abro mais uma garrafa de vinho,
Espreito pela janela o pôr-do-sol que se dissolve
Lentamente, como esperamos que a vida corra,
Engulo a vida, ou o vinho, é o mesmo, tudo passa,
Ao lado dos gritos, dos gemidos, torna-se no que somos,
O rumor mudo que levamos resignadamente às manhãs frias,
O silêncio convertido na confusão que nos acompanha,
Em vez disso, porque realmente não interessa,
Não há olhos que não vejam sempre um reflexo,
E sem reflexo, todos os olhos cegos, por isso,
Em vez disso, abro mais uma garrafa de vinho.
24.05.2021
Turku
João Bosco da Silva
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