Castelos e
Crepúsculos
Daquela
varanda víamos o castelo pintado pelo crepúsculo,
Uma amostra
de eternidade, uma permanência ilusória,
Éramos
jovens e estrangeiros, tu sentavas-te no meu colo
E ao teus
lábios pareciam ter o sabor do sol que se despede
Do granito
em Junho, sob a tua saia agarrava a certeza
Das tuas
nádegas, enquanto me procuravas a fome
E me fazias
deslizar para dentro de ti com a destreza
da desgraça,
E ficavas
assim, sorvendo vinho, subindo e descendo,
Ao ritmo do
Sol, fazendo tempo até ao jantar,
Numa
pizzaria qualquer, que me pagarias também,
Depois do
táxi da estação ferroviária até àquelas águas-furtadas,
Éramos
jovens e eternos, hoje ambos vivemos apenas
No que um
perfume familiar nos traz de volta,
Na luz do crepúsculo
que ilumina um castelo em ruínas.
Turku
02.10.2021
João Bosco
da Silva
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