Bandidi, que esperavas?
O fim da tarde torna-se dourado com as primeiras folhas
caídas
Sobre a erva morna, as moscas procuram refúgio do ar pesado
De tempestade, sobre o cheiro do alcatrão fresco, o das maçãs
Que amadurecem nos quintais vizinhos, onde descansam
cortadores
De relva e outros cansaços oxidados, sente-se no ar o
regresso às aulas
E o fim das liberdades mais deliciosas, um momento apenas de
sonho,
Mais um ano que se aproxima da longa despedida moribunda,
Espera-se um ano inteiro por um instante que nem se chega a
agarrar,
Um punhado de areia demasiado fina e quente, logo tornado
Nas folhas podres sob as quais num dia de verão fizemos
amor.
Turku
18.08.2022
João Bosco da Silva
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