“by the sea”
Um destino incompleto que ficou no buraco de um dente de
deus,
Um pedaço de lama do pó de estrelas sem sopro, um
desperdício de vida,
A revolução consciente do universo, o reflexo sorridente num
buraco negro,
Um grão de tudo que acabou num nada sem escolha,
inconsciente
Ao menos, sem dor além daquela que a mãe suportou,
Além da minha cáustica presença, o ridículo espasmo animal,
Numa espiral nauseante infinitamente vazia, tudo o que
poderá ser,
Será, fosse ao alcance destes olhos humanos a eternidade,
Apaga-se o mesmo sol de sempre, além do mar, levando esta
carta
Ao filho que nunca.
Xlendi
02.11.2022
João Bosco da Silva
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