Fazer a Janta
O pão endurece, as manhãs perdem-se uma a uma
E sobre a mesa, alho e cebola, esperando o azeite quente,
Um pôr-do-sol que valha a pena, um reflexo estrangeiro
Num mar familiar e mitológico,
Quantas vezes há menos poesia na poesia
Que num gesto quotidiano executado com graça,
Viver, esse ensino constante da perdição, abrir mão,
Teme-se mais o esquecimento que ficar sem resposta,
Por isso se erguem monumentos à incerteza
Para que perdure na eternidade,
Deixa-se cozer o ragu, mexe-se um pouco a massa
E espera-se, uma nuvem permite um pouco de sol,
Toca a campainha, é tudo.
Turku
14/07/2024
João Bosco da Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário