Oásis
Trocar o azul turquesa por um charco verde
Onde coaxam as rãs e a tua carne viciosa,
Liras viscosas, confettis de papel higiénico
Atirado com a pressa furtiva de um farol
Que passa e mergulha na noite onde moram
Todos os desejos viscerais e verdadeiros,
Fosse eu sincero nisto tudo e comigo mesmo,
Seria o rei da pocilga, mas por delicadeza
Tenho perdido, também eu, a minha vida,
Tantas vezes a fome daquilo que se confessa
Apenas no silêncio de um vazio enorme,
E se absolve num suspiro resignado
De quem perdeu dentes para tanta fome.
19/12/2024
Turku
João Bosco da Silva
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