quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

 

Oásis

 

Trocar o azul turquesa por um charco verde

Onde coaxam as rãs e a tua carne viciosa,

Liras viscosas, confettis de papel higiénico

Atirado com a pressa furtiva de um farol

Que passa e mergulha na noite onde moram

Todos os desejos viscerais e verdadeiros,

Fosse eu sincero nisto tudo e comigo mesmo,

Seria o rei da pocilga, mas por delicadeza

Tenho perdido, também eu, a minha vida,

Tantas vezes a fome daquilo que se confessa

Apenas no silêncio de um vazio enorme,

E se absolve num suspiro resignado

De quem perdeu dentes para tanta fome.

 

19/12/2024

 

Turku

 

João Bosco da Silva

Sem comentários:

Enviar um comentário