Insustentável
Os segundos,
Os quilómetros,
As gentes,
As cidades
Acumulam-se no esqueleto simples de
Oliveira,
Castanheiro e
Videira.
O granito pesa e
O xisto já não deixa escrever.
O café não tem o sabor salgado
Do suor de quem o colheu,
O vinho não cheira a Setembro,
Não tão longe,
Não depois de tanto tempo
Em cima.
Quantas vezes mais
Terá que crescer o rio?
Secará a nascente
No próximo Verão?
É bom estar tão longe
Dos ossos,
Não se sente tão bem
A carne dura
Da alma verdadeira,
Que também morre.
Quanto mais?
08.11.2010.
Londres
João Bosco da Silva
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