domingo, 14 de novembro de 2010



Insustentável


Os segundos,

Os quilómetros,

As gentes,

As cidades

Acumulam-se no esqueleto simples de

Oliveira,

Castanheiro e

Videira.

O granito pesa e

O xisto já não deixa escrever.

O café não tem o sabor salgado

Do suor de quem o colheu,

O vinho não cheira a Setembro,

Não tão longe,

Não depois de tanto tempo

Em cima.

Quantas vezes mais

Terá que crescer o rio?

Secará a nascente

No próximo Verão?

É bom estar tão longe

Dos ossos,

Não se sente tão bem

A carne dura

Da alma verdadeira,

Que também morre.

Quanto mais?



08.11.2010.


Londres


João Bosco da Silva

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