terça-feira, 28 de fevereiro de 2012



A Incerteza Da Zebra

À beira da estrada vende-se de tudo, bananas, rolos de papel higiénico, uma
Mão de rebuçados, parei para comprar uma alma, abri a carteira e faltava-me
Dignidade, pediram-me então uma caneta em troca, mas recusei e pedi emprestado
O olhar vago e o esquecimento de uma sombra ignorada.
Dei-me conta que também eu caminho por caminhar, atravessando cemitérios
De impérios esquecidos com a indiferença de um gato vadio, com os bolsos
Cheios de papéis, onde tenho escrito várias vezes o meu nome, números,
Como se me fosse esquecer de quem sou, se não um nome, como se soubesse,
Sigo, só porque não sei o caminho a seguir, sigo enquanto os vendedores
Me tentam vender pequenos nadas que querem ocupar o vazio
Onde só queria uma alma sossegada, dessas que se vendem à beira da estrada.

20.12.2012

Samburu

João Bosco da Silva

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