Poema De Merda
Às vezes sento-me e puxo mais um poema, na sanita, mas cabo por ser eu
A cair na nostalgia, todo aquele esperma desperdiçado dentro da ilusão
Quente, todas as palavras lançadas ao vazio e o esperma a secar dentro
Cristalizando-se em cabelos brancos e cansaço, desencanto, reflexões
De papel higiénico, as lágrimas apagadas no duche, porque não é que
Os homens não chorem, é que os homens não gostam de ser vistos
Em desperdícios necessários, por isso tranco a porta e sento-me
Na companhia de um quase silêncio de canalizações, os vizinhos
Existem numa descarga de autoclismo, uma torneira abre-se
E lá se vão umas palavras lavadas com sabão nos olhos, os dedos
Sujos com tanta desconhecida mais cedo ou mais tarde, antes e depois,
Mas é como a vida, só se tem enquanto se tem, só se sentem enquanto
Se sentem e acredito mais nos dedos, na pele, que no coração, mesmo
Que inocente e pele também cérebro, que forço na esperança de
Um poema que alivie a frustração de tudo ser para nada, tudo uma cagada
Resumida no momento em que confronto o espelho, sempre o mesmo
Olhar, que fizeste de ti, e a resposta um arreganhar de dentes amarelecidos
Lançando a culpa aos anos digeridos à troca de durar, para isto “SPLASH”
14.03.2012
Turku
João Bosco Da Silva
bem o fb e o blogger estão contra mim. é a segunda vez que escrevo este comentário, foda-se. precisava de falar contigo, pedir-te um "conselho literário" (mais uma vez, que merda de expressão).
ResponderEliminarCristalizando-se em cabelos brancos e cansaço
p.s és um velho que escreve bem como o raio*