“The future is just wasted on some people.”
Chuck Palahniuk
Como posso
explicar-te o que é belo, se belo para ti é uma mentira colorida
E para mim a
tristeza de uma verdade, para ti é um gatinho branco no colo
E para mim
foram aquelas tardes pelos montes com o cão que me mataram.
Como posso
fazer-me entender se falamos a mesma língua diferente,
Se eu bebo
para não me ouvir e tu para seres mais alta que o teu ego
De católica
fascinada pelo esquecimento de um apêndice, one
ring to rule them all,
Eu um ateu,
obcecado por outros vazios, é verdade, e cor-de-rosa
É para mim
uma frase qualquer do Bernardo Soares, tu dizes que negro,
E
respondes-me com um aforismo light sem aspas, para quê, tudo o que dizes
Aspas e eu
só virgulas, virgulas, porque tenho medo dos pontos finais e
Envergonham-me
as reticências, sonhas com sacos cheios de roupa a encolher
E eu com
cafés à sombra de António Lobo Antunes a envelhecer.
Mão vazias
para ti são fracasso, para mim foram um caminho que teve que ser,
Não poderia
ter sido de outra forma, se fosse, as mãos ocupadas, cheias de peito
Atravessando
o intransponível, e tu dizes-me que as estrelas são tão lindas
Enquanto eu
suspiro e sinto-me esmagado pela confrontação do meu tamanho
Com a noite
além do céu dos santos, do gajo que mora no pão, o tempo bolor,
Para ti o
próximo fim-de-semana pela eternidade, belo é belo e tu és feia.
05.05.2012
Turku
João Bosco da Silva
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