Foder
Muitas vezes
fodi, sem foder as donas dos corpos onde entrava, fodia tudo menos a elas,
Fodia o
beijo que me foi negado naquela noite fria de Inverno, fodia aquela traição
barata
Só para ver
como era, fodia aquela que passou no carro com o outro ao lado e não parou,
Nem olhou,
sorriu e olhou em frente, fodia todas as negações injustas, todas as promessas
Esquecidas sob
esperma mais fresco em hotéis de província, fodia todos os para sempre
E os nunca
mais, fodia todos os sorrisos que se apagaram ao meu olhar, todos os lábios
Que me
beijaram para não o voltarem a fazer, todos os nomes onde me encontrei para me
Abandonarem no
meu cemitério de silêncios e fodia todas as que tinha fodido antes e que
Nunca deixei
de certa forma de amar, porque algo de cada uma a quem entrei , entrou em
Mim, mas não
se foi como o meu esperma há muito esquecido, lavado e substituído,
Sou todos os
nomes, mesmo os que esqueci ou nunca soube e por isso no fim, venho-me
De olhos
fechados e todas me parecem envolver no orgasmo, todas as que me foram,
Que me deixaram
e as que não quiseram ser, então fica suspensa uma avalanche de vazio
Que se
liberta e me esmaga quando a última gota de esperma desaparece dentro delas.
27.11.2012
Turku
João Bosco
da Silva
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