Pão Fresco
para a Diana,
Ela traz-me pão fresco da padaria do lado, o cheiro da manhã
no cabelo e a frescura
Do orvalho de Junho preso aos lábios, ninguém me consegue
matar a fome como ela faz
E basta-me um sorriso, a mais nutritiva de todas as luzes e
que me desculpem as estrelas,
A semear esperanças no vazio, mas ela atravessa o chumbo que
me tranca o coração
E o protege de todas as radiações amarelas e amizades de
baixa frequência,
Tinha-se colado a agulha do contador Geiger, até que o Sol
decidiu ser carne e doçura,
Do tamanho de um abraço, tão quente que me faz querer voltar
a ser dentro, dela,
Pequenino, envolvido por uma luz líquida e murmúrios que
ridicularizam a espuma das ondas
Do mar, que se afasta, se torna distância, ausência, quando
as portas se fecham
E fica apenas o cheiro a pão fresco da padaria do lado, o
cheiro da manhã uma recordação
Na almofada e o orvalho de Junho a secar no inferno árido
que é a minha pele, quando o Sol
Se põe, e a saudade aparece de imediato, arrastando com ela
correntes de incerteza e medo.
29.05.2013
Coimbra
João Bosco da Silva
Olá!
ResponderEliminarEsta é a página do Facebook do meu novo livro de poesia "Em Teus Olhos Seria Vida".
Gostava de poder contar com o teu "gosto" na minha página.
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