sábado, 26 de outubro de 2013

Um Daqueles Sobre Pouco

Houve duas noites, numa foi aquela das duas miúdas de Helsínquia, em que uma me disse
Tu não pertences aqui, e tudo  bem, conversa toda a noite, e no fim, eu e o meu amigo médico
Turco, fomos com elas até ao carro onde elas iam dormir depois, e depois dormiram,
A outra foi na mesma discoteca, eu e o meu Dean, depois de termos ganho uns bons euros
No blackjack, das poucas vezes em que isso acontecia, duas, desta vez mesmo da zona,
Uma delas não estava muito virada para a conversa, a outra sim, Lolita bem armada,
Com bastante leite para dar e beber, eu com a mesma conversa de ser velho, há quantos anos
Ando eu com esta conversa, a gaja estava louca para viver, para saborear, para experimentar,
Nem que fosse engolir o meu mijo, a outra, tentava esconder as queimaduras, consequências
Do seu trabalho, trabalhava para o palhaço que diz ajudar as crianças, a ficar gordas e
Futuros bipass, a mesma puta de hipocrisia que faz crescer uns à custa da miséria dos outros,
Miséria feliz, mas pronto, escondia os braços, as queimaduras a cona e tudo o resto,
Naquela noite uma santidade, não estava bêbado para o que quer que viesse, mesmo assim,
Ficou, sou vingativo quanto ao desperdícios de possíveis momentos de orgasmo, ou ao menos
Penetração, já há algo de revelação nisso, ou não, não se foderia tantas vezes bêbado,
Se não, ou sem vontade, se não, ou só para conspurcar, conquistar, submeter, vontade do poder,
Filhos da puta, vacas e viciados em glória para levar o caixão cheio de sapatos de verniz e um
Fato que nunca se vestiria em vida, seja como for, pagamos tudo, a noite ficou barata e ainda
Teve que se pedir o resto das fichas em dinheiro para levar para as hambúrgueres da tarde seguinte,
Manhã, nem pensar, não há manhãs nos dias livres de onde se é pago pelo trabalho que se faz,
A tal Lolita, muitos dias depois, pediu caralho, apanhou-me numa ressaca fodida,
Estou, neste momento a pedir-te para vires aqui, onde vivo, e foderes-me a cona até ao cérebro,
Impossível, realmente era impossível, naquela noite tinha um poema para nascer e responsabilidades
De fachada para poder dormir e acordar numa cama quente todos os dias, ou a maioria,
Nunca me perdoou pela recusa de piça, quando ma pediu, tão encarecidamente,
Quanto à amiga das queimaduras, é uma das loiras nos poemas anteriores, das que engoliam,
Pediam mais, fodiam nas camas das amigas, nas casas de banho enquanto os meus amigos
Tentavam engatar a amiga lésbica ou adormeciam com uma lata de cerveja na mão, no sofá,
Ao lado de uma máquina de escrever vermelha, que não escrevia nada, porque estava só
Para se ver, há muitas assim, por isso, mais vale pegar numa caneta e escrever no papel gorduroso.


26-10-2013

Coimbra


João Bosco da Silva

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