Para quê falar quando está tudo dito, o melhor foi vivido e
agora, aos poucos,
Consome-se a sua carcaça com uma desculpa de futuro, a
esperança é a cobardia
Dos nostálgicos, é um medo que chamam de amor, quando já a
paixão se foi,
Quando o desespero é grande, o dedo desconfia, e toma
decisões pela
Fraqueza do cansaço, o chumbo torna-se no infinito ou o
cheiro moribundo
E desconhecido de uma doença alheia torna-se na última fuga
possível,
Tudo se torna claro perto do fim, e as certezas do engano
ofuscam a cegueira
Deixando ver com lucidez os erros cometidos por própria
culpa, os pecados
Consentidos por pouco amor próprio, trocado pelo agradecimento
da infidelidade
Maior, não há pior prisão que a da loucura, ou ser o objecto
de humilhação
De quem se vive mais que o próprio corpo, as madrugadas
plantam a semente
Da solidão no dia por nascer, não vale a pena falar, está
tudo dito, nada ouvido,
Venha o tempo e traga o esquecimento, a única cura, ou a
morte.
Turku
21.06.2014
João Bosco da Silva
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