Náusea Apetecível À Sombra Da Sinceridade
No fundo é tudo um canibalismo disfarçado, camuflado,
escondido com medo,
Se acabas por ser apanhado com os rins de alguém entre os
dentes, a vergonha
Suicida-te, porque não acreditas que os olhos que não
comeste por respeito
Aguentem tal petisco, é universal a sede humana pelo leite
alheio, hajam
Intolerâncias para revelar o que de melhor há dentro de cada
um, líquido
E rápido como uma narrativa ao ritmo da consciência, sem o catalisador
Químico que desculpa a liberdade comportamental, não, há
quantos anos
Acordas tranquilo por o sonho ter sido apenas um sonho, cortem
as amarras
Que te mantêm agarrado ao esperado e aceite e veremos onde
adormeces,
Existe tanta fome além da fome, tanta sede além da sede, o
sangue não chega,
Nunca haverão guerras suficientes, nem últimas violações,
temos tanta necessidade
De inferno que na dúvida de haver espaço no vazio da morte
para ele,
Criamos um bem melhor e possível onde a carne o pode sentir
plenamente,
No final, se a coisa correr mal para o indivíduo, há sempre
uma corda
Dentro dum guarda-fatos , uma boa vista empurrada pelo peso
dos nossos pecados,
O sabor metálico e uma pintura nova na parede até alguém nos
encontrar
E culpar o mundo doente, porque a culpa é do mundo estar
doente, não da doença
Que somos nós, canibais com trelas feitas de ideias, movido
a desejo e loucura.
13.11.2014
Turku
João Bosco da Silva
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