Fim do Verão - Haikus
A água da chuva
Evapora da rocha quente,
Eu também estou aqui.
Também se passa fome
Para se chegar
A um museu.
Queremos ser sagrados
Por isso vestimos
Palavras.
Enquanto o mundo passa
Nas minhas costas
Como-o um pouco mais.
Bebe, bebe amigo,
Que a sede é coisa
Da vida.
Enquanto o poeta não
Chega a Edo,
Constrói-se dentro.
Deitado na erva seca
A macieira arrancada
Permanece.
As pétalas rosadas
Escondem o fruto
Do suspiro.
O tamanho não corta
A intensidade, a faca
Corta tudo.
Sabes que a cerveja
Arrefece, como tudo bom,
Que esperas?
Na janela da casa abandonada
A teia de aranha
Espera um olhar.
No rio da infância, só
Na companhia das
Cobras curiosas.
08-10/2015
Finlândia
João Bosco da Silva
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