La Mer
Do outro lado da rua a vizinha dá de comer ao gato, aos dois
gatos, aos três gatos,
Assim se alimenta a solidão logo de manhã, no corredor do
hotel os confetes
Da noite anterior silenciosos à porta do quarto, muitos
futuros foram poupados
Contra a moral de latex, outros enfrentados de cara e peito
contra a bala,
Quem esteve só esteve apenas só, os restantes somente quando
abriram as cortinas
Ao mundo se deram conta da verdade universal, estamos todos
juntos na solidão,
Naquela noite, enquanto muitas vidas se apagavam pela mão da
loucura,
O mar continuou o seu trabalho de eternidade, nem uma onda
ficou por se desfazer
E de manhã, contra toda a dor e medo, amanheceu não vermelho,
mas azul-turquesa.
15.02.2017
Nice
João Bosco da Silva
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