Enquanto a canícula incendeia os sonhos de quem tenta a
sorte numa sesta,
Ouço os ecos de deuses mortais na companhia de um jovem gato
Que parece gostar desinteressadamente da minha companhia,
Apesar do meu corpo quente e cheio de arestas, parece que
conhecendo,
Ignora todos os infernos, de olhos fechados, enfrentando
cada segundo
Como uma eternidade, visitam-me derrotas como uma cólica
renal
E sinto a náusea das que me esperam, que tenha mãos
suficientes
Para conseguir perder tudo com a graça do sono do gato, que
no fim
Tenha a sorte de ecoar numa banheira, depois da minha voz
muda se apagar com os olhos.
Torre de Dona Chama
23.08.2017
João Bosco da Silva
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