Longa a Viagem quando nos Esperam - Haikus
Os pinheiros
que restaram
pálidos de medo.
Lá longe
coze o bacalhau -
Anoitece.
Fim de Dezembro
e ainda ouço
o vento de Outono.
O ar frio
ainda se lembra
do Inferno passado.
Nada mais resta
que durar a viagem -
um haiku.
Alimentam-se de vazios
para o salto -
respirar.
Cada um ouve
uma música diferente -
vomita-se em Babel.
Tantas luzes
na cidade -
olhares apagados.
O que o Sol
tocou
a chuva agora lava.
Caminho sob a chuva -
que secura
levo dentro.
Esquece
como o gato
à lareira.
Entra sem medo
de teres
que sair de casa.
O sabor fresco
daquele
novo olhar.
Lisboa-Porto-Torre de Dona Chama
Dezembro 2017
João Bosco da Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário