Que tristeza devem sentir aqueles pequenos hotéis arruinados,
Belos ainda, apesar da ruína e da reconquista verde,
Com as janelas quebradas e as portas esventradas pelo esquecimento
E outros náufragos de carne e osso, nem um eco nos corredores vazios,
Só um gato vadio na varanda a fazer de vida, dando indiferente
O único calor àquelas paredes marcadas como os anos marcam
A beleza dos homens, as famílias nos fins-de-semana prolongados
Outras ruínas que na solidão relembram aqueles dias quentes
Antes do fim da última estação, os amantes já cansados há muito,
Os amores fossilizados no que antecede o abandono da memória,
A cozinha fria, dia após dia, acumulando folhas errantes, Outono após Outono,
Que beleza triste a daqueles vazios que tanta vida albergaram.
Sinaia
30/04/2018
João Bosco da Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário