Frasco Com Água Verde
Quem serás quando não sentires falta do ladrar dos cães à noite,
Quando os grilos numa noite quente não te trouxerem de volta
Aqueles Agostos estrelados de incerteza e fascínio,
Quem serás quando os versos te deixarem de saber a uma brisa morna
Em cima de um muro de pedra no tempo das cerejas,
Quando conhecerem o teu nome e não o teu olhar de criança,
Quem serás quando perderes a capacidade de encontrar
Nos dias vazios, pedaços de desespero e com eles esculpir
Algo belo ou grotesco, fedorento, mas vivo,
Nunca esqueças a lição do frasco verde cheio de água
Com um punhado de ervas, quanto mais mal cheirar, mais vida tem.
Turku
29.06.2018
João Bosco da Silva
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