Foi tudo apenas um beijo e o resto vontade,
Há amores que ficam apenas pelo salto em potência,
Todos a altura da ponte e a distância onde entrariam os pés,
E assim nada morre, fica-se com o peito cheio
Do que poderia ter sido, as mãos com todo o espaço
Para ir recebendo quem nos chupe um pouco mais de veneno,
Ainda sinto gotas de esperma a despedirem-se do meu corpo,
Da janela aberta, ouço o pulsar de uma cidade
Que de tanto lavar a cara para inglês ver,
Já mal a reconheço, da casa de banho um vapor perfumado
Enche o quarto antigo e é de ti que me lembro,
De como há quem nos morra logo no primeiro beijo,
E vamos enchendo os dias com outras luzes e sorrisos,
Matando a fome na fome, sonhando lado a lado distâncias.
Porto
29.08.2018
João Bosco da Silva
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