Primavera
A Primavera regressa sempre com a força de mil recordações,
Tardes à beiro do rio celebrando aniversários dentro de
vizinhas e estrangeiras,
Todas aquelas virilhas de reputação duvidosa, estranhamente
perfumadas
Pelo ar saturado de pólen e verde, o esperma escorria à
segunda investida,
A noite arrefecia as promessas que o Sol fez à terra, tanta
estrela para apagar,
Agora, as mãos desenham no ar aquilo que mais próximo de nada,
Pareço o único a lembrar, ou terei apenas sonhado a
profundidade daqueles olhos,
A Primavera, entra dura, desabrocha até vontades esquecidas,
Mas já passaram décadas, já nos morreram mais do que os que
inventamos,
E mais um poema é apenas a evidência de que sonhar é tão
inútil quanto viver.
05.05.2020
Turku
João Bosco da Silva
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