Summertime Sadness
Estas moscas de fim de verão, à volta de um saco de recordações
Apodrecidas, fruta que fermentou em melancolia,
Incomodam como os amores perdidos que nos visitam a solidão,
Abrindo-nos mais os olhos ao abismo que separa tudo o que fomos,
Em quem fomos, o sol arrefece os dias antes de incendiar o horizonte,
As moscas num cansaço inquieto, escrevem no ar tudo o que ficou por fazer,
Que foi tudo o que realmente valia a pena, agora esperam,
Que não haja mais folhas nas árvores e sorrisos em lábios quentes,
Estas moscas de fim de verão, como os bêbados solitários no fim do arraial,
À espera que o primeiro tasco abra, para agarrar mais um dia, sem vontade.
27.08.2020
Turku
João Bosco da Silva
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