sexta-feira, 9 de outubro de 2020

 

Amor

 

O amor, o amor é sempre o mesmo, seja que aperto seja,

Nas pregas ou nas rugas, o amor é sempre a mesma festa,

Acaba neste verão, no próximo começará outro,

É sempre demasiado curto, como uma noite de arraial quente,

Mas o amor, esse é sempre o mesmo, seja a pele mais morena

Ou a emigrante pálida na procissão do santo da festa,

O amor é sempre o mesmo, como a estrada, as curvas,

As giestas e as testemunhas da fome desse amor ser saciado,

O amor é só fome, às vezes até arroz branco alivia essa fome,

A maior parte das vezes uma grade de cervejas e o ombro

Mais próximo, o resto é paciência, honra ou resignação,

A amor são aquelas curvas na estrada à noite até lá chegar,

Depois é um bar que fecha, um copo vazio, um carro embaciado,

Depois é um verão que acaba, um inverno que chega, sempre o mesmo.

 

Turku

 

09.10.2020

 

João Bosco da Silva

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