USB Cronenberg
Para festejar um novo nobel vou tentar meter o USB no slot
disponível,
Mas decidiste que ias meter a do anão na cona, porque a
minha mais pequena,
E agora tenho três buracos, enquanto já gemes, longe, num
quarto extinto,
Onde entrei num cu onde me vim como três vezes, senti anjos
saírem da gaita
Dando graças à geada que lá fora iluminava a manhã onde sol
de certeza,
Tu gemias desinteressada e eu nem me dava conta que nada daquilo
fazia sentido,
Demasiados filmes de David Cronenberg, se calhar uma ménage
assim mesmo,
Eu a tentar enfiar a gaita na entrada USB, sabendo que apesar
de que menor
Do que a do anão, não tão ridiculamente geometricamente
pequena,
Nem cu nem cona, mais uma vez acabei por ter que me assumir
encornado,
Nem tive vontade em acordar, mas nunca te conseguirei
explicar que a vingança
É uma filha legítima da honra, por isso mergulhei ainda mais no REM
E acordei num quarto às quatro ou cinco da manhã, numa
fronteira,
Um ex-quartel da Guarda-fiscal, uns cinco anos depois do
big-bang,
E à noite na casa da vizinha espanhola, espreito pela
frincha da porta da
Casa de banho, uma velha de uns vinte anos a mijar, que me
sorri,
E pega num pedaço de papel-higiénico e esfrega aquele peludo
monstro galego,
Belo, abre a porta enquanto fujo para o colo da minha mãe,
com medo
Daquela vontade estranha, daquela necessidade de enfiar algo
no slot USB.
09.10.2020
Turku
João Bosco da Silva
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