“Ask the Dust”
Foi tudo como um sonho de madrugada, breve como um último
beijo,
A humidade dos pinheiros em Novembro, os lábios um sorriso
curto,
A lua uma unha envergonhada na bruma, como o segredo de dois
amantes,
Que lado a lado vivem as vidas que escolheram mostrar,
Foi tudo leve como as manchas da relva na ganga de umas
calças pequenas,
Uma rã que cai no tanque, ou uma maçã que desiste de
amadurecer,
Tudo fica longe, os anos ditam responsabilidades que não se
aceitam,
Tantos, quando só uns dez ou quinze valeram realmente a
vida,
O resto é acordar, dia após dia e fazer de conta que o
amanhecer
Trará algo de novo às papilas saturadas pela cinza e pelo
pó.
Turku
15.10.2020
João Bosco da Silva
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