A Evidência da Inelutabilidade
O relógio caminha para as quatro da manhã e exausto,
Pálido como o pior Inverno, tento resgatar-te do vazio,
Um poema de cada vez, e a cada palavra sinto a dor
De quem se afasta a cada braçada em direção à salvação,
Desculpa não ter conseguido encontrar o génio que sonhamos,
Pensei que por esta altura já seria um necromante treinado,
Mas acabei por me tornar apenas numa carpideira sem mestria,
Contudo, enquanto o ácido que me corrói o estômago,
Com uma saudade que dói como uma fome eterna,
Rasgando em dor a madrugada mais escura,
Tento salvar o que ainda de ti vive em mim.
11.01.2021
Turku
João Bosco da Silva
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