Borralho VI
Só podemos realmente digerir o que mamamos
Há uns 6000 mil anos para cá, parece a história da minha
vida,
Incontáveis caganeiras, por uma fome sem enzimas,
Um turno da noite numa folga, apanhar um táxi no hospital
Partir o telemóvel contra um poste numa distração focada,
Cona, que mais, ir ao encontro de mais um doce cataclismo,
O culpado, sempre o mesmo, este estômago alojado
Entre a gaita e os tomates, pai da imaginação insone
Das manhãs que puxam insones jactos contrariados contra a
sanita,
Deixar na cama, imensos sacos murchos sem leite,
Para ir mamar na persistente firmeza de uma nova ilusão,
Deixar no taxista a certeza de uma taxa por um primitivo
Prazer roubado a sinais de fogo antes de aprender
O que estava realmente escrito nas rugosidades do anel,
Já frio, antes do coalhar do silêncio nas fibras do que isto
move.
11.10.2022
Turku
João Bosco da Silva
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