quinta-feira, 23 de maio de 2013


O Último Em Børs

As estudantes passam com a sua admiração por vacas que já apodreceram há muito e eu,
A ficar mais loiro por dentro, escondido atrás dos óculos de sol e cara de vai-te foder, vou-te foder,
Dá cá mais cinco e eu sem dar nenhuma, és giro e obrigado, voltem sempre, fosse isso moeda
Da troca, não é Ginsberg, e tento regressar ao postal para o poeta e mais uma circunvoluções do médico
Com cheiro a guerra e ditadura, tenho um presidente que ainda mija na cama com medo a bruxas
E mesmo assim o Sol ainda me abençoa com uma luz de lés a lés, enquanto a minha pele
Ainda cheira ao sangue de quem mal consegui adiar um fim triste como todos os fins, a esplanada
Enche-se de cães e o Bukowski ignora os cagalhões no passeio onde outros cagalhões passam com uma
Bebedeira inútil, sem papel, caneta e dois dedos de inquietação, mais valia, mas realmente,
Não vale a pena, há Sol e amores que empalidecem os anos que os mataram em sofás solitários,
O amor aguenta o peso da leveza, mais que isso é arrastamento e cabelos brancos que se agarram
Aos dedos da mania, esquecem-se todos os pedaços de gente que passam sem nomes, apenas,
Que cu, grandes mamas a latejar, até mais um gole afogar tudo e envelhece-se mais numas horas
Do que o que se percebia nos anos primeiros, perde-se sempre que se ganha o que nunca é verdadeiramente
Nosso, mas mais nós, tirando-nos pedaços do original, que nunca foi, apenas menos gente, uma
Multidão suportável que nos viu mudar as fraldas e enjoar em viagens pequenas, o mundo acaba
Mais uma vez e tudo fica igual à estranheza de tudo.

Turku

16.05.2013

João Bosco da Silva

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